Médicos do primeiro laboratório especializado em triagem neonatal dos Erros Inatos da Imunidade por meio do teste do pezinho fazem alerta para a importância da realização do exame nos recém-nascidos.
Hoje, dia 6 de junho, comemora-se o Dia Nacional do Teste do Pezinho. O exame é feito em crianças recém-nascidas e realizado a partir das gotas de sangue coletadas do calcanhar do bebê, permitindo identificar doenças graves assintomáticas ao nascimento e que podem causar sérios danos à saúde, caso não sejam diagnosticadas e tratadas precocemente.
No Brasil, o teste do pezinho é considerado obrigatório, mas nem sempre foi assim. Em 1976, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de São Paulo resolveu trazer para o país um exame chamado de Screening Neonatal, que era o teste do pezinho. Porém, apesar de ter sido introduzido na década de 70, apenas foi inserido no Estatuto da Criança e do Adolescente a partir de 1990.
Segundo Antonio Condino-Neto, Presidente do Departamento de Imunologia da Sociedade Brasileira de Pediatria e Coordenador do Laboratório de Imunologia Humana do ICB-USP, foi a partir do momento que o Ministério da Saúde decidiu criar o Programa Nacional de Triagem Neonatal em 2001, que o teste do pezinho começou a se popularizar no Brasil.
Condino-Neto, que também é sócio-fundador da Immunogenic, primeiro laboratório especializado em triagem neonatal dos Erros Inatos da Imunidade por meio do teste do pezinho, explica que até maio de 2021, o teste do pezinho realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) englobava apenas seis doenças: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, síndromes falciformes, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase.
“Tudo mudou com a regulamentação da lei de ampliação. O Teste do Pezinho Ampliado detecta até 50 doenças raras, o que é um avanço para a saúde pública dos brasileiros, pois essas doenças necessitam do pronto-diagnóstico para que as condutas adequadas possam ser definidas. Caso o diagnóstico não seja feito precocemente, existe a chance dos bebês serem levados à morte no primeiro ano de vida”, reforça o médico.
Atualmente, o teste do pezinho é gratuito e a data ideal para a coleta é entre o 3º e 5º dia de vida. De acordo com Edgar Borges de Oliveira Junior, também sócio-fundador da Immunogenic, as primeiras horas de vida de um recém-nascido são determinantes para a possível descoberta dessas enfermidades, especialmente, doenças relacionadas à imunodeficiência primária.
Dados do Ministério da Saúde apontam que, no último ano, o programa de triagem testou 2,2 milhões de bebês, em cerca de 29 mil pontos de coleta espalhados pelo país. Do total, 2.746 recém nascidos foram diagnosticados com uma das seis doenças até então identificadas pelo teste, o que representa 0,12% do total daqueles que foram triados.
Por essa razão, o Teste do Pezinho Ampliado é uma vitória para a área da saúde, pois será possível reduzir significativamente a mortalidade, sequelas, sofrimento e custo social, causadas por doenças congênitas graves. “A triagem neonatal dos Erros Inatos da Imunidade por meio do teste do pezinho é de extrema importância para os recém-nascidos e deve sempre ser priorizada”, destaca Edgar.
Matéria publicada no portal da Federação Brasileira de Hospitais
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