Antonio Condino-Neto, Presidente do Departamento de Imunologia da Sociedade Brasileira de Pediatria e sócio-fundador da Immunogenic, destaca os casos alérgicos mais recorrentes e como tratar
No próximo dia 7 de maio é comemorado o Dia Nacional de Prevenção das Doenças Alérgicas. Trata-se de uma campanha iniciada pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) com o apoio do Ministério da Saúde, tendo o objetivo de chamar atenção para o aumento das alergias nas últimas décadas e a importância da realização do tratamento adequado.
Geralmente, os recém-nascidos não manifestam sintomas alérgicos, porque depende de uma sensibilização, que acontece ao longo dos meses de vida, passando a ter uma suscetibilidade genética para isso. Dessa forma, os sintomas de alergia, quando estão presentes, vão começar a dar sinais a partir do segundo semestre de vida.
Antonio Condino-Neto, Presidente do Departamento de Imunologia da Sociedade Brasileira de Pediatria e Coordenador do Laboratório de Imunologia Humana do ICB-USP, explica que as manifestações de alergia que podem aparecer no início da vida são de pele, como a dermatite atópica e o eczema atópico infantil, caracterizado por vermelhidão na face e nas dobras das pernas e dos braços.
Segundo Condino-Neto, que também é sócio-fundador da Immunogenic, primeiro laboratório especializado em triagem neonatal dos Erros Inatos da Imunidade por meio do teste do pezinho, com o avançar da idade, as alergias mais frequentes são as respiratórias. “Em primeiro lugar, estão a asma, que provoca tosse, chiado e falta de ar, e a rinite alérgica, que provoca crises de espirro, congestão nasal, coriza e coceira no nariz. Em segundo vem manifestações de pele, como por exemplo, dermatite atópica”, afirma.
Não existe cura para alergia, pois trata-se de uma doença de evolução crônica, na qual só é possível controlar os sintomas e a inflamação alérgica. Esse controle é feito por redução da exposição aos fatores que causam alergia. Por exemplo, se uma pessoa tem alergia a ácaro e poeira, é necessário reduzir a exposição, porém, não expor totalmente é impossível, porque estão sempre presentes em todo lugar.
A falta de tratamento de alergias pode trazer consequências e gerar complicações. De acordo com Condino-Neto, um alérgico descontrolado tem maior suscetibilidade a infecções. “Alguém com quadro de alergia alimentar não tratada, pode desenvolver desnutrição, tendo diarréias e vômitos constantes. Quem tem problemas severos de alergia de pele, vai desenvolver cicatrizes. Já quem sofre com asma grave, vai desenvolver um remodelamento brônquico, evoluindo para uma forma enfisema. E pacientes com rinite grave, vão ter sinusite crônica e desenvolvimento de pólipos no nariz, que é uma carne esponjosa”, explica.
Apesar da cronicidade dos problemas alérgicos, o médico ressalta que os tratamentos são necessários para garantir uma melhor qualidade de vida para os pacientes que convivem com alergias, sempre mantendo controle ambiental e reduzindo a exposição de fatores que desencadeiam reações alérgicas.
“É possível tratar os pacientes com a imunoterapia para doenças alérgicas, que é um programa de vacinação e imunização para reforçar o lado sadio da resposta imune e com isso evitar a exacerbação das respostas imunológicas alérgicas, deixando a situação mais sob controle”, finaliza.
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